Sobre este Blog

“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.

Jorge Luís Borges, O Livro de Areia

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Signo

No oco
dos versos,
entre verbos
e nomes
se esconde,
esquivo
o signo interdito.
Do silêncio imposto
despiu-se,
e insinuou-se,
e gritou-se,
nos interstícios.
Fez-se.
Interdisse-se:
o signo,
o primeiro,
o proibido.


sábado, 12 de julho de 2014

A outra versão

A Alphonsus de Guimarães
Quando a Lua viu Ismália
solitária a cantar,
quis para a terra descer
para com ela estar.

Então a Lua deixou
a solidão estelar
e sob as águas pousou,
e nelas fez o seu lar.
No céu, a Lua plantou
Imagem especular
E, desde então, quem a viu
jamais pode suspeitar
que a Lua à terra baixou,
que ela no mar se escondeu.
Somente a Ismália chamou
E então, Ismália atendeu:
"Se por mim o céu deixou
não posso eu me escusar
de com ela ir viver".
Depois lançou-se ao mar....