Sobre este Blog

“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.

Jorge Luís Borges, O Livro de Areia

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Babel



A Alan Turing

As máquinas falam
A língua dos homens.
Os homens ensaiam
a língua dos anjos.

Todos falam,
Ninguém há que escute.

E Eros brinca de esconde-esconde
Num descuidado jardim que foi o Éden.

(Allan, guarde uma maçã para mim).


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Evangelho apócrifo



Tenho sede, e sede, e sede
Teu corpo lago e rio e miragem
É água e poço, é chuva e aragem.

- Pedro, tu me amas?

Meu corpo lasso, meus passos, cansaço
Teu corpo sombra, e remanso e refúgio.
Quarenta eras passei num deserto.

- Pedro, tu me amas?

Renitente, insisto, procuro,
Bato à porta – ninguém há que abra;
Tu tens a chave à mão, eu espero.

- Mas, Pedro, tu me amas?