O corpo se despe
se despede do peso
de ser corpo
e leve
ensaia outro passo
que aos ares o eleva
e livre se apossa do
entorno do espaço.
O corpo gravita outras leis
(menos graves).
E é de vê-lo, assim, esplêndido
que alma quer fazer-lhe casa.
(O corpo habita suas asas)
Sobre este Blog
“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.
Jorge Luís Borges, O Livro de Areia
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
O Nasceres
Não me recordo, ao certo, quando foi que nasceu a dúvida, talvez porque o que houve antes se destinasse ao esquecimento. Sei do que veio após: o odor da existência inaugural, a face que as coisas tinham ao serem vistas pela primeira vez, a involuntária, mas harmônica, música das criaturas.
Mas a primeira lembrança, antes mesmo que soubéssemos ou suspeitássemos da própria nudez, foi o sabor doce e ácido do fruto. E desde este momento já não estávamos mais no paraíso.
E houve tarde e houve manhã: um primeiro dia.
Mas a primeira lembrança, antes mesmo que soubéssemos ou suspeitássemos da própria nudez, foi o sabor doce e ácido do fruto. E desde este momento já não estávamos mais no paraíso.
E houve tarde e houve manhã: um primeiro dia.
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