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“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.

Jorge Luís Borges, O Livro de Areia

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Evangelho apócrifo



Tenho sede, e sede, e sede
Teu corpo lago e rio e miragem
É água e poço, é chuva e aragem.

- Pedro, tu me amas?

Meu corpo lasso, meus passos, cansaço
Teu corpo sombra, e remanso e refúgio.
Quarenta eras passei num deserto.

- Pedro, tu me amas?

Renitente, insisto, procuro,
Bato à porta – ninguém há que abra;
Tu tens a chave à mão, eu espero.

- Mas, Pedro, tu me amas?



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