Oh, guarda-corpos
não nos deixeis cair,
cair na tentação
doce, suave e fatal.
Não permitais que a vertigem
cante o sirênico canto
e nos enovele em seu colo,
e nos faça esquecer desse peso
de ser corpo (alijado de alma)
entre corpos que gravemente se atraem
com força proporcional a suas taras.
Afastai de nós a ilusão do voo:
o que trazemos às costas
são culpas, não asas.
E conservai-nos distantes
do limite
entre o passo
e salto.
Guardai nossos corpos
para os entregarmos
íntegros e intactos
ao definitivo
guarda-corpos.
Amei! Que profundo!
ResponderExcluirshow!
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