A flecha que nascendo arremessaste
para o alto, para a frente, em dura reta
obedece ao tempo e à ordem de ir adiante.
Não esquece: segue sempre a seta, a seta.
Corre! A seta...
Corre!
Avança!
Pois se a natureza fez-te assim cindido,
homo-equino, num só corpo conformado,
foi para não te cansar de ter corrido
antes que tenhas tua meta alcançado.
Corre! A seta…
Corre!
A seta não espera.
Mas, porque a terra é esfera e gira e valsa
ao redor da estrela, estás de volta agora
onde outrora e tua flecha se perdera
no girar, quem sabe o alvo o tenha às costas?
Foge! A seta…
Corre… A seta…
O futuro...
corre.
Corre!
Corre a galope centauro,
contorna, outra vez, a estrela
que a própria vida é quem corre.
Corre!
Corre!
Antes que a seta lançada
girando te atinja o flanco
e do passado, sejas para sempre manco
desse futuro que houvera projetado.
Corre!
Corre!
Que a vida corre.
A vida é um correr
que não abranda.
(Mas lembra de fazer,
enquanto a terra gira,
do teu próprio correr
uma ciranda.)
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