Sobre este Blog

“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.

Jorge Luís Borges, O Livro de Areia

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Da Carne

Talvez eu faça um poema,
se me assaltarem palavras
se eu for capaz de dar corpo
ao que meus olhos escutam.

Talvez eu gere um poema
de sangue, de chumbo ou de éter,
de nuvem, quem sabe, ou de nata.
Talvez eu encarne um poema.

Talvez eu vomite o poema
que há muito me oprime a garganta,
que há dias me fere o pescoço.
Talvez eu soluce um poema.

Talvez
eu seja
um poema.


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