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“Disse que seu livro se chamava o Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia tem princípio ou fim. (...)
O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última”.

Jorge Luís Borges, O Livro de Areia

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Judite

Judite passava tanto tempo esconjurando a morte que quando morreu, numa cinza quarta-feira, ficou ainda um par de dias e  noites benzendo-se e debulhando o terço e recitando o credo ao qual emendava:  Deus-da-morte-me-livre-amém.
No alto da segunda noite, percebeu-se morta. E quando a encontraram, na manhã do terceiro dia, tinha o rosto sereno como nunca em vida.

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