O
diabo do menino plantava medo no pomar. Estilingue na mão, fazia
mira para matar e regozijava dos minúsculos corpos, contorcidos no
solo.
Ralhar,
de nada servia – mais parecia aumentar-lhe o gozo. Zombava, até.
Não houve modo de lhe fazer entender-se irmão das aves do céu,
criaturas que somos do mesmo Deus. Seu coração era duro, como as
pedras com que espalhava morte aos seres alados.
Um
dia, chegou-se-me aos prantos, o olho ferido pelo seixo saído pela
culatra.
Foi
assim que perdeu a vista.
Até me dói ver-lhe o rosto, para sempre disforme. Mas – que me corrija o
Altíssimo – não carrego culpa por ter lhe desejado o mesmo mal
que semeava às fartas.
Ainda
que tivesse lhe sabotado a arma.
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